Descuidos...
Meu ser vai embora quando penso que te perdi.
Foste sobre teus passos, agonizando um amor deixado
nem sei pra quem.
Vejo o sol quando olho para a lua
e te penso à minha frente, quase nua,
preparando-te para me amar sem limites decifráveis.
O firmamento me enigmatiza e volto a achar-me:
Um ébrio escreve cheio de graças,
pensando em Deus, Dionísio e em Baco,
sem sorrir para qualquer paraíso que apareça
e que desça,
e que me deixe desmontar a alma.
Que mal há nisso?
O homem possui homens que ele próprio desconhece,
deuses bons e maus à quem os desobedece,
mas, apenas uma morte!
O álcool responde por mim e a vida é mesmo assim,
um vácuo cheio de portas abertas
sugando os olhos e os corações de quem os vê acordado.
Se a vida não me mudar, mudá-la-ei sem pressa,
porque ai de mim se não fosse ela
E ai dela se eu não a tivesse dentro de um “Buraco Negro” de felicidade.
Meu ser ficará na incompletude dos sentimentos,
amando-te sem te ver, no passo novo que me aparecer,
no compasso de um amor novo que me perceber,
como se o amor fosse ainda maior que a vida
em qualquer prazer, inda que de mim, distante.