Noites Sós
Noites Sós
Noites acordadas e sós,
Terrores, partos de dor,
E desejos amordaçados,
Banho na chuva vertida.
Só de braços ternos,
Fome e sede de amor,
Danças monólogas,
Guerreiras, loucas,
Que a chuva não lava.
Nem arrefece o calor,
Sôfrego de sorrisos,
De beijos e carícias.
Danças em círculos,
Risos histéricos
E loucos ritmados
Esparramam-se no chão,
Sobre ossos convulsos,
Em résteas de vida
Pretendentes à minha carne.
Noites de fantasmas,
Fardas sujas e rotas,
Armas destruídas
E fumegantes de morte.
Noites sós, noites infindas,
Que me cercam atrozes,
E nem as estrelas no céu,
iluminam o caminho.
Até os meus passos
Ao acaso do escuro
São cativos do silêncio,
E meus olhos fitam o escuro,
De tantas noites sós,
Tentando sonhar com amor,
Afastando os demónios,
Confundindo os infernos,
E, contigo, voando aos céus.
Tantas, tantas noites sós,
Onde os sonham imperam
E me impregnam de horrores…
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