Noites Sós

Noites Sós

Noites acordadas e sós,

Terrores, partos de dor,

E desejos amordaçados,

Banho na chuva vertida.

Só de braços ternos,

Fome e sede de amor,

Danças monólogas,

Guerreiras, loucas,

Que a chuva não lava.

Nem arrefece o calor,

Sôfrego de sorrisos,

De beijos e carícias.

Danças em círculos,

Risos histéricos

E loucos ritmados

Esparramam-se no chão,

Sobre ossos convulsos,

Em résteas de vida

Pretendentes à minha carne.

Noites de fantasmas,

Fardas sujas e rotas,

Armas destruídas

E fumegantes de morte.

Noites sós, noites infindas,

Que me cercam atrozes,

E nem as estrelas no céu,

iluminam o caminho.

Até os meus passos

Ao acaso do escuro

São cativos do silêncio,

E meus olhos fitam o escuro,

De tantas noites sós,

Tentando sonhar com amor,

Afastando os demónios,

Confundindo os infernos,

E, contigo, voando aos céus.

Tantas, tantas noites sós,

Onde os sonham imperam

E me impregnam de horrores…

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Poeta sem Alma
Enviado por Poeta sem Alma em 11/07/2016
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