Encantamento
Se eu não te encantei como devia
Faltou graça, suavidade e beleza
Estou longe do mar, do sal, do dia
Não tenho sequer a doce sutileza
Do cantar afinado da cotovia
Sou apenas um errante que caminha
Sem trégua, sem descanso, sem saber
Que é mais distante de tudo a ausência minha
E que nada mais me pode acontecer
Contento-me com as migalhas que recebo
Não tenha de mim compaixão ou piedade
Não passo de engodo, engano, placebo
Sou filha da tristeza e irmã da saudade
É só mais um detalhe o teu abandono
Sou dona da noite, sombria e escura
Se meu sangue no mundo exponho
É que não conheço a cor da censura
Na carne levo meu exótico perfume
Aquele que um dia te atraiu
No corpo as marcas de costume
E no pensamento todo o desvario
Assim escrevo minha história
Graças ao tempo que eu não queria
Com lembranças que trago na memória
De uma vida que eu nem sabia
Se eu não te encantei como devia
Faltou graça, suavidade e beleza
Estou longe do mar, do sal, do dia
Não tenho sequer a doce sutileza
Do cantar afinado da cotovia
Sou apenas um errante que caminha
Sem trégua, sem descanso, sem saber
Que é mais distante de tudo a ausência minha
E que nada mais me pode acontecer
Contento-me com as migalhas que recebo
Não tenha de mim compaixão ou piedade
Não passo de engodo, engano, placebo
Sou filha da tristeza e irmã da saudade
É só mais um detalhe o teu abandono
Sou dona da noite, sombria e escura
Se meu sangue no mundo exponho
É que não conheço a cor da censura
Na carne levo meu exótico perfume
Aquele que um dia te atraiu
No corpo as marcas de costume
E no pensamento todo o desvario
Assim escrevo minha história
Graças ao tempo que eu não queria
Com lembranças que trago na memória
De uma vida que eu nem sabia