Silêncios...

No silêncio da noite em

que meus ruídos me acordam e

levam meu sono embora,

o frio uiva lá fora,

as estrelas dormem serenas,

e a Lua prepara o café da manhã,

cuidadosa, esperando o Sol...

O negro manto que cobre a noite,

que cobre tudo acima de mim

e abraça os astros e as constelações

me causa inveja...queria eu também

um cuidadoso aquecer,um braço

envolto no dorso cansado de esperar,

neste solitário caminhar entre pedregulhos,

sem mão pra segurar, sem ouvidos que

não apenas me ouçam...mas me escutem

e entendam; como entendem as rochas

o murmurar das ondas que dia e noite

as procuram para contar segredos,

chorar algumas perdas ou celebrar

a pesca farta de homens em

seus pequeninos barcos cheios de fé.

Minha prosa sem rima..meus versos sem

métricas, me vieram fazer companhia

e contaram coisas e dedilharam o Tempo...

neste agora já se despedem pra voltar á dormir,

deixando-me a sensação de abraços; dessas

letras, virgulas e pontos finais.

Termino então deixando um rastro de reticências...

Sol Lopes
Enviado por Sol Lopes em 22/06/2016
Reeditado em 22/06/2016
Código do texto: T5675562
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