Silêncios...
No silêncio da noite em
que meus ruídos me acordam e
levam meu sono embora,
o frio uiva lá fora,
as estrelas dormem serenas,
e a Lua prepara o café da manhã,
cuidadosa, esperando o Sol...
O negro manto que cobre a noite,
que cobre tudo acima de mim
e abraça os astros e as constelações
me causa inveja...queria eu também
um cuidadoso aquecer,um braço
envolto no dorso cansado de esperar,
neste solitário caminhar entre pedregulhos,
sem mão pra segurar, sem ouvidos que
não apenas me ouçam...mas me escutem
e entendam; como entendem as rochas
o murmurar das ondas que dia e noite
as procuram para contar segredos,
chorar algumas perdas ou celebrar
a pesca farta de homens em
seus pequeninos barcos cheios de fé.
Minha prosa sem rima..meus versos sem
métricas, me vieram fazer companhia
e contaram coisas e dedilharam o Tempo...
neste agora já se despedem pra voltar á dormir,
deixando-me a sensação de abraços; dessas
letras, virgulas e pontos finais.
Termino então deixando um rastro de reticências...