Escravo de Ti 2 (da solidão)
Escravo de Ti 2 (da solidão)
Sou teu escravo,
Animal encadeado,
No pelouro centrado,
No intimo dos sentidos,
Fraco, humilhado.
Sou teu escravo,
Marcado por amor,
De teu nome, em fogo,
Que arde feroz,
Na pele sensível.
Sou teu escravo,
Vendado de raiva,
Que não vislumbra,
Sequer o teu rosto,
Tão belo, tão amado…
Sou teu escravo,
Mudo, amordaçado,
Que não ousa, sequer,
Chamar teu nome,
Pedindo clemência.
Sou teu escravo,
Sequioso de teus sucos,
Na negada fonte,
De teu sexo ardente,
Ébrio de teus odores.
Sou teu escravo,
Ferido, vergastado,
Alegre e cruelmente,
Pela negação de ti,
Nesta noite infinda.
Sou teu escravo.
Surdo, em redor.
Nem teus passos,
Ouço ou adivinho,
Um desprezo feroz.
Sou teu escravo,
Que nunca mais,
Te beijará os pés,
Delicados e subtis,
Exigindo devoção.
Sou teu escravo,
Que jamais adornará,
Com o meu, em êxtase,
O teu doce corpo belo,
Que exala fragância, De paixão e poder.
Sou o teu escravo,
Que apenas, exalará
Suspiros de saudade,
Ais e ais de desejo,
E soluços de pena.
Sou teu escravo,
Que não espera mais
Viver, neste castigo,
Eterna condenação,
Do abandono de ti.
Sou teu escravo,
Que pede, curvado,
Servil, no desespero,
Que o deixes ir,
E te amar como és…
Sou teu escravo,
Para quem, piedade
Não te mais comove,
Um nada para o zurzir,
Ferina, sem compaixão.
Mas sou teu escravo,
minha perene solidão...
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