A noturna

Sinto a solidão anoitecendo

O frio escorrendo pelo cerrado

O silêncio já se emurchecendo

E o olhar no caixilho debruçado

A lua então querendo se abrasar

Na aridez do chão cascalhado

É breu solitário e ressequido

Onde não há capa nem blusa

Para aquecer o espírito doído

E amparar a solidão reclusa...

É um vil rugido diluído no ar

É uma agrura na alma infusa

Não sei com que me agasalhar.

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

Início de junho de 2016 – Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 04/06/2016
Reeditado em 14/03/2021
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