DESTERRO
Ando a vagar por estradas a fora,
Tão só e tão deserdado da sorte...
Caminho que caminho rumo norte
Deixando para trás o que é agora.
Corro descalço sobre os espinhos
E o sangue jorra na ferida aberta,
Solitário que sobrevive em alerta
E nunca aprendeu a viver sozinho...
Sigo cabisbaixo e sei que é destino
Trotar pelo mundo sem ser arrimo,
Convalescendo entre areial e trigo...
Debaixo de sol e chuva lá estou eu
Desterrado perante o dia que morreu
E a noite que dorme e acorda comigo!
DE Ivan de Oliveira Melo