Te, em mim
Cala-te em mim
tuas amarguras
também sou eu
um desencanto só
Lança-te em mim
tuas ancoras
repousa-te
em minhas terras
quase firme
quase fértil
também eu
navego sem rumo
procurando
porto , senão seguro
ao menos povoado
Toca-te minha boca
mantando sua sede
também eu
ando sedenta
do doce mel
de águas vindouras
Descansa-te no meu corpo
ainda que seja coração nômade
também eu pertenço
a cada mão que me afague
a solidão...
Ou então somente
olha-te através do meu olhar
e seremos dois
náufragos no nosso
particular mar de saudades...