Trilogia (solidão, amor, paixão)

Solidão, onde escuto, onde arrojo

Longe dela me perco, me esqueço

Nela me crio, torno o meu refojo

Onde posso dizer é meu adereço

Em sua sombra eu me desagrego

Sou vários, sou um, fim e começo

Só com ela no tempo eu desapego

Me entrego aos devaneios, apreço

E assim neste cenário de mansidão

Tenho total criação, sou recomeço

Pois a solidão é safari, é expansão

Posso ter os espinhos, ser tropeço

Cair e levantar sem ter repressão

Se é satisfação, é porque mereço

Se não, desço em outra estação

E nesta de ir e vir, ganhar e perder

Ela esculpe o barro da inspiração

Traz um aposento secreto no viver

E te dá tempo de ser amor e paixão

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

30/04/2016 - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 30/04/2016
Reeditado em 02/11/2019
Código do texto: T5620791
Classificação de conteúdo: seguro