Vou-me para a lua

Vou-me para os campos,

Deleitar-me nos afagos lânguidos,

Da moça que um dia eu amei.

Vou-me para o longe,

Seguindo o pranteio daqueles olhos chorosos

De um amor que se consumiu.

Vou-me embora,

Vou-me para a aurora,

Encontrar o nascente sol.

Para o rubro ar da tarde,

Conhecer aquela imagem

Solícita do crepúsculo.

Vou-me para o obscuro,

Viver e sentir a treva que se engrandece

No peito de quem um dia amou.

Vou-me para lá, sentir a dor que não tem cura.

Vou-me embora, vou-me para a lua,

Viver a sua súbita alvura.

Alexandre Rodrigues de Lima
Enviado por Alexandre Rodrigues de Lima em 29/04/2016
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