Vou-me para a lua
Vou-me para os campos,
Deleitar-me nos afagos lânguidos,
Da moça que um dia eu amei.
Vou-me para o longe,
Seguindo o pranteio daqueles olhos chorosos
De um amor que se consumiu.
Vou-me embora,
Vou-me para a aurora,
Encontrar o nascente sol.
Para o rubro ar da tarde,
Conhecer aquela imagem
Solícita do crepúsculo.
Vou-me para o obscuro,
Viver e sentir a treva que se engrandece
No peito de quem um dia amou.
Vou-me para lá, sentir a dor que não tem cura.
Vou-me embora, vou-me para a lua,
Viver a sua súbita alvura.