= Aos poucos... =

Mais uma noite chega.

A tudo envolve...

Seu manto negro tece.

O silêncio aos poucos se estabelece.

Saem os barulhos, os burburinhos e a

balbúrdia diurna...

Vem as horas pressupostamente

de paz e descanso...

De muitos, com certeza, não as dele...

Visita-o, como sempre, até parece

mora com ele, a indesejada solidão.

Em seu peito apenas um vazio

que só faz aumentar, parece...

Dói indefinida e infinita dor em

seu coração.

A lembrança de tantas coisas...

A saudade, que em momento

algum amaina, arrefece...

Somente cresce.

Sente que a cada noite, mais e mais,

sua pobre alma adoece.

O vinho pobre, barato,

contornando e conformando

os nós na garganta, mero lenitivo e

paliativo para suas dores e lamentos,

amargo desce...

Até que, mais uma vez,

vencido pelo cansaço,

num misto de sono, sonhos

e pesadelos, adormece.

Ao acordar, certamente se perguntará...

Quantas noites assim ainda,

para minha sofrida vida finda?

No horizonte, timidamente,

um pequeno clarão anuncia novo dia

Logo amanhece...

= Roberto Coradini {bp} =

28//04//2016

BETO bp
Enviado por BETO bp em 28/04/2016
Código do texto: T5619386
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