SESTA
(Por Aglaure Martins - Em Alma Nômade)
Agora hora da sesta...
Não me chega o sono, não me chega o sonho...
Cegam-me os pensamentos barulhentos, inconstantes,
turbulentos, onde não há repouso.
Uma cesta de recordações d'um passado com jardim encantado
repleto de borboletas que voavam pontilhando o céu
e onde os pássaros abraçavam a liberdade.
A hora que me arrasta não é casta, ela mata...
Mata corroendo-me em medos, jogando-me as feras,
encarcerando-me no tempo.
(...)
O vento...
Ele desabriga minha alma como quem desampara o nômade.
Em tempo: Não houve tempo para questionamentos,
restou-me linhas desalinhadas,
pedaços de mim nunca visto em caleidoscópio.
Restou-me o óbvio ...
Aquilo que você entende de mim:
O que nunca foi compreensível p'ra mim.
Restou-me 'Eus' de alma nômade .