Entre pisos de cactus, de ilhas negras inseguras e vales não líricos
Passado o paraíso que não me quer, o amôr como disfarce, lúcida
O meu eu em brinquedo lume, abrilhantada infância desses delírios
E estou a espezinhar o chão regado de teimosia tristonha impudica
Sirvo-me de meu prato frio que requento na chama e meu suplício
Nesta forçada lenha adusta o fogão desdentado das peças gélidas
Ao queimar meu pecado sem delito, entre passado e recordações
Estou sós comigo diante de si mesma, santificada por espelhos mil
Aquela que de brilhar a visão entorpece as cegueiras dos traidores
A solitária dama em tapetes debruados de estradinhas quase ardil
O que deveria ser um sonho que sou, a adentrar trevas e rancores
Nas horas desse trajeto, deste passar e repisar os temores vividos
De nada ganho e de nada recebo, tão só que seja a permitifda ida
Saída dos escombros de ontem a confirmar andarilha noites lustro
O dia que se conforta em tardes me deita força de sentir-se amiga
Senhora cansada de momentos fugazes a vida inerte e aparência!
Nos minutos descontados da fatura do mundo que deixar redimida
Estarei e estou, a cada trilha de pegadas, emaciada da reverência
Antes do fim, entregarei, diante do recomeço terei uma passagem
Ida que de volta mal perseverei, ou que esqueço ser rainha incerta
Atravessarei os rios da desordem num mundo falecido sem marés!
Eu amarei cansada, livre de sorrisos, encantando a todos, correta!
Sendo a única de um olho nas terras de sem fim que velam cegos
Cairei ao covil aberto de meu erro, e acreditando que estarei certa
E deixo como testamentar este lamento de ficar deserta em restos