MUNDO DE AMARGURA
Vejo-me caminhando pela cidade fria,
Os muros altos congelando meu ser,
E cercando uma humanidade vazia,
Sem propósito, somente com o objetivo do ter.
A vida real é dura e triste, ela me faz sentir só.
Ás vezes parece que não se consegue suportar tanto mal,
Vejo as pessoas todas iguais e presas por um nó,
Unidas pelo consumismo, adorando o vil capital.
Olho o horizonte e percebo que não há lugar para ficar,
Ao olhar no espelho vejo somente um sorriso triste,
Uma existência no subsolo vivendo duro amargurar,
Esperando o dia incerto em que a hora certa chegará.
Até quando ficarei com segredos que não consigo esconder,
Recolher-me-ei ao subsolo e deixarei aos profanos o mundo,
Viverei na minha solidão até compreender o meu ser,
Deixando a mediocridade imperar aos imundos.