AMOR POÉTICO
CANTAI POETA, CANTAI!
Jorge Linhaça
Sob a nostalgia medieval
de imagens obscurecidas
no passado, distante perdidas
Emoções já esmaecidas
voltam à tona em sonho irreal
Pobres versos de rima fácil,
-lé com lé, cré com cré-
de um poeta que não é pelé
mas que guarda ainda sua fé
de não ser sua obra volátil
Bobo da côrte , ou realeza?
Menestrel de seus sentimentos!
Em seus alaúdicos lamentos,
espalhados aos quatro ventos,
buscando alguma beleza.
Ah, poeta, meu maltrapilho,
moedas te atirem ao chapéu!
Laçai almas com teu sovéu!
Implorai aos anjos do céu,
que entoem o teu estribilho.
Entre tuas odes e elegias,
Cantai a própria realidade,
satirizai a pobre sociedade,
quem sabe um dia mais tarde,
compreendam a tua poesia.
Jorge Linhaça