De rápida detenção, este meu conceito de amar errado
A ficar presa no dito que se falseia ou de amores fartos
No meu eu, sozinha como sempre, de infinito desprazer
Ser feliz em encanto lar e eu silente me destino orações
A clamar sempre, como sempre, a ser senhora de amôr
E não falar nada que machuque o jardim de esperança!
Sou a mesma livre criança triste no castigar-me prantos
Ninguém se atreveu a deliberar se serei os sentimentos
Este coração que injusto falece sem magia da paixonite
O meu lado de dentro se interfere lá fora, quase amada
Mas no instante das horas sou a solitária sem belezuras
Entregue que sou ao passado que me fustiga ventanias
Breve tem sido a ilusão deste corpo de desejos arcanos
Um meigo de meu feitiço é sempre esperar que sorriam
Donzela de custos sem lucros e amores desaparecidos...
Vieram a mim e repetiram meu verbo ainda não contado
O sou e o que sou é mistério pra essa gente mercenária
Que voltam a machucar o eterno conjurar desse mundo!
Sofria as pedras de induzidos erros pelo mundo caduco
Enquanto ao longe o verdadeiro ardor passeava adiante
Mas esqueci do gritar que fomenta um sonho que se foi
Nunca fui ouvida, nem nos minutos agora, como deveria
E fico permanente a esperar na casa vazia um fantasma
Talvez um alguém que quisesse ouvir a reza desarmada
Em dias passados tive o ontem que nem pedia consumir
Fome de ser e querer, a desejar infinitos, tantos abraços
A única de minha prisão seria este amanhã a prisioneira
Estou só, demais falida sem reinos de mentira a divulgar
Caída nos prantos que secaram em um deserto secular!
Parte de mim se foi, ou sou daquilo que a paixão não vê...
P.S. - Leia este meu poemito ouvindo a música "Careless Whisper" de George Michael - uma dica de até onde está meu coração deserto que se esmera...