Secura

Seco, é muito seco:

Craquelê de pintura,

sol de quarenta graus,

sensação de um´asia,

ressecamento d´olhos,

morte fora de hora...

Seco, é muito seco:

discurso burocrata,

tratamento de louco,

vontade bem frustrada,

sem força, combalida,

esperança que fugiu...

Seco, é muito seco:

espírito quebrado,

erva daninha, flor,

dose de uísque ruim,

que d´amargor na boca,

paisagem modorrenta...

Seco, é muito seco:

limite andarilho,

lamentação de viúva,

lágrimas mui perdidas,

fim, todos os caminhos,

que acabam, sem fé...

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)
Enviado por Mauricio Duarte (Divyam Anuragi) em 25/02/2016
Reeditado em 25/02/2016
Código do texto: T5555333
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