Arredio
Arredio
Perco-me na liberdade
das vírgulas que tu me prestas
pois meu querer aflorado
têm dívidas que me consome...
Perdido sigo em minhas dúvidas,
intimidado, arredio...
Solos dividem-me em cacos
na exatidão de saber
tudo o que ainda não sei,
quem fui e pra onde irei...
Busco raízes perdidas
em teus desertos quintais...
Nas saudades calcifico
aos prantos, só, me dissolvo...
Por medos me crucifico,
me camuflo de manhãs;
dos teus desvios vêm sais
e as solidões que processo...
Em meus passos, retrocessos
no vazio que me conduz...
Me falta a luz e altivez,
pra que me encontre em tuas noites...
nos açoites das marés
sem couraças me confesso.