Cárcere
Seu cheiro ficou.
Sua presença é concreta no vazio do meu espaço
Tem dias que eu quase posso te sentir de conchinha. Mas é o travesseiro que dá a ilusão.
Tem dias que parece absurdo que seu chinelo tocou o chão da minha casa. E de todas as formas, eu continuo acordando e buscando você no vazio do meu lado.
É imoral que tudo tenha simplificado as memórias de nós dois.
Aquela cama não é minha cama. É onde eu adormeci em seu peito.
Aquela goteira no teto é onde eu olhava quando você murmurou que me amava.
Esse lugar não é um quarto, é uma prisão do meu passado
E o carcereiro sou eu. Vem aqui amanhã e me tira daqui. Eu confio no nosso amor.