Cárcere

Seu cheiro ficou.

Sua presença é concreta no vazio do meu espaço

Tem dias que eu quase posso te sentir de conchinha. Mas é o travesseiro que dá a ilusão.

Tem dias que parece absurdo que seu chinelo tocou o chão da minha casa. E de todas as formas, eu continuo acordando e buscando você no vazio do meu lado.

É imoral que tudo tenha simplificado as memórias de nós dois.

Aquela cama não é minha cama. É onde eu adormeci em seu peito.

Aquela goteira no teto é onde eu olhava quando você murmurou que me amava.

Esse lugar não é um quarto, é uma prisão do meu passado

E o carcereiro sou eu. Vem aqui amanhã e me tira daqui. Eu confio no nosso amor.

Rebecca Sena
Enviado por Rebecca Sena em 18/02/2016
Código do texto: T5547212
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