VOCÊ , EU E O FIM

Eu sou o vento nordeste a bater no teu rosto

O sol de agosto surgindo para lhe aquecer

A esquecer então de todo o desgosto

Onde o lamento tende a desaparecer

Tu és vento sudoeste a refrescar meu corpo

O tempo indisposto a não querer chover

Ao desaparecer ante o sol já posto

No entreposto desse meu amanhecer

Eu sou o silêncio que acompanha teu tempo

O contratempo entre a tarde e o anoitecer

A acontecer tal qual brando vento

Sempre atento ao teu real prazer

Tu és como musica para um erudito

E meu ouvido quer ouvir com prazer

Ser teu ouvinte distante e escondido

Sempre munido deste musical querer

Eu sou a insônia do tempo perdido

E vivi iludido achando a conhecer

O entardecer em mim faz um pedido

Não fique perdido não viva a padecer

Leilson Leão
Enviado por Leilson Leão em 06/07/2007
Código do texto: T554400