VOCÊ , EU E O FIM
Eu sou o vento nordeste a bater no teu rosto
O sol de agosto surgindo para lhe aquecer
A esquecer então de todo o desgosto
Onde o lamento tende a desaparecer
Tu és vento sudoeste a refrescar meu corpo
O tempo indisposto a não querer chover
Ao desaparecer ante o sol já posto
No entreposto desse meu amanhecer
Eu sou o silêncio que acompanha teu tempo
O contratempo entre a tarde e o anoitecer
A acontecer tal qual brando vento
Sempre atento ao teu real prazer
Tu és como musica para um erudito
E meu ouvido quer ouvir com prazer
Ser teu ouvinte distante e escondido
Sempre munido deste musical querer
Eu sou a insônia do tempo perdido
E vivi iludido achando a conhecer
O entardecer em mim faz um pedido
Não fique perdido não viva a padecer