AO REDOR
Ouço vozes
sinto respirações
alguém me toca
mas ao redor
nada
apenas eu
no recinto
É assim
a solidão,
escolhida,
acontecida,
não importa,
os outros
farão falta
em algum instante
Eu resisto
o quanto posso
às lágrimas
que molham os olhos
mas elas emergem
com delicadeza
e a vista embaraça
Não há tempo perdido
há passado,presente
daqui a pouco
sempre o futuro
A visão turva
mistura-se
às recordações
antigas,novas,
de ontem!
E o tempo segue
passando
em meio
a esse embaraço
ignorando-o
Já é depois
as lágrimas secaram
Vozes,toques
respirações
perderam-se
na imaginação