Dueto: Os peregrinos do mundo

Por vezes a solidão me abraça

Trazendo a tona sentimentos esquecidos

Por vezes essa pressão me cala

E a mente não passa de um quadro retorcido

A visão turva de meus devaneios

A memória de um rosto familiar

Envolto de tantos receios

Saudades de quem pude amar

Eu agora estou só

E no escuro não me ensinaram a dormir.

Na saudades dos tempos outrora

Me lembro de todos, menos de mim

E por mais que a vida me pareça ser

Uma aventura sem graça

Não haverias razões de viver

Sendo meu sorriso uma grande farsa

Sou peregrino profundo

E poeta de veredas

Porém, sozinho no mundo

E refém das incertezas

Com saudades do canto macio

Que ouvia pelo vento

Hoje preso a este vazio

Do qual nunca me desprendo

Pois quando lembro do passado

Vejo em meu rosto apático

Os dias que ainda virão.

Me torno assim amargurado

Por notar que estava claro

Que ao meu lado só esteve a minha eterna solidão.

De: Sabrina Baracho e Um rapaz meio estranho