Solidão

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Solidão

A madrugada

me inspira os tormentos.

Os pingos da chuva

respingam na minha consciência.

Há frestas de portas entreabertas;

a luz do poste,

fluindo da rua para meu rosto,

é navalha que me corta a solidão...

Tua ausência é pesadelo

- Sonho distante que me tira o sono.

O vento ressoa nas cortinas

- Fantasma a burilar minha inquietude.

Cães ladram.

Gatos fazem amor no telhado.

Sombras assombram minha noite.

Temo todas as ausências.

Apavoram-me as presenças repentinas.

A noite tem vida.

As insônias são insanas,

pecaminosas, traiçoeiras.

A noite tem sabor de saudade.

As porcelanas proclamam

- Pratos repicam, qual sinos.

Anunciam tua chegada?

Não sei, pois tenho medo.

De olhos fechados,

tudo o que percebo é teu silêncio.

Ou teus sussurros e gemidos

nos braços do fantasma

que criei.

Nijair Araújo Pinto

Fortaleza-CE, 23 de janeiro de 2016.

03h01min

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Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 23/01/2016
Reeditado em 14/02/2017
Código do texto: T5520222
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