NUVENS DE MADRUGADA
Não quero fazer conta,
não quero fazer de conta.
Não quero fazer "ponta"
Não quero solenidade
quebrando afinidade
Detesto a ausencia da verdade
Não quero saber do tempo certo,
Da etiqueta da validade
Sempre usei o entretempo
Amo o famoso ainda em tempo
Detesto quem conta o tempo que faz o lamento
Onde tudo tem seu tempo - incerto
Detesto quem faz da vida um deserto
Detesto quem me desaponta
E o dedo em riste me aponta
comigo por perto
Detesto o olhar vazio, frio
Que fere o meu brio
Que me deixa boqueaberto
descortinando a realidade
nublando a felicidade.
Turvando meu olhar esperto
Nas páginas de meu livro aberto.
Autor - Luiz Bento.
Data - Hoje, agora, nesse momento, de improviso.