O Andarilho...
A floresta ecoa sua canção indecifrável
O andarilho reivindica a posse de seus mistérios
Ele cruza seus rios, suas montanhas, seus campos
Torna-se o próprio chão no qual pisa
As folhas secas que há tanto desconhecem o sabor da vida
Forjam o tapete que o conduzirá a grandes histórias
Ele está liberto do banimento pelo banimento
O entardecer assemelha-se ao seu coração
Enquanto os infortúnios governarem o que sobrou da coragem
Ele velejará pelo canto dos pássaros
Através de horizontes que a razão julga perigoso
O desconhecido será seu alimento sagrado
Seus atos transpassarão toda e qualquer imitação de vida
Pois os limites dos ambiciosos serão impostos com sangue
Em seu silêncio sobre as coisas mundanas
O andarilho detém o reinado sobre a morte
Todas as muralhas desabam diante de si
Aquele que lhe proferir mentiras
Será enforcado pelo grande freixo
E pelos antepassados da aurora dos tempos
O andarilho será celebrado como um igual
As estações avançam em seu semblante fértil
Mudanças ficam para trás para a chegada de novas
Ele guia-se pelo prazer insaciável da descoberta
A imaginação é a lamina indestrutível
A sabedoria, o guerreiro mais feroz
Quando o seu último amanhecer se erguer nos céus
O andarilho será o portador do imensurável...