O ranger de portas
A noite vai chegando ao fim,
diferente
então vou andando
sozinho.
A chuva vai cercando meus cabelos,
alguns carros vão cegando meus olhos,
e a fumaça vai esquentando ao menos meus dedos,
e o frio quebrando
osso
por
osso.
O estômago no prelúdio do vômito,
as ruas dançando ao som dos meus fones de ouvido,
a respiração quebrando
a porta range a minha chegada,
a alma grita,
a boca ainda seca me avisa que a noite chegou
e vai ser tão solitária quanto as outras que passei com a cabeça girando em pensamentos que nem a vodka apaga.