Só resta o verso

As pernas da minha carência estão cansadas

...É da procura!

As dores da minha inconsciência seguem pela penumbra

Pelas ruas escuras

Perde-se aos poucos a vã esperança em sua crença nula

Utópicos, impróprios, ilógicos, platônicos vermes

Mestres da tortura

Fomentadores da loucura

Servem-me desse discreto e insolente caldo primordial

Adornam-no com os atrativos do pecado original

E, diminuto nesse turbilhão,

Sucumbo à tão desastrosa situação

Prostrado

Acabrunhado

Assistindo desacompanhado

A mais esse show patético da solidão

Impassível, quieto...

Talvez só me reste o verso...

Como um subproduto,

Onipresente,

Diluente e insumo da imaginação