Dezembro 2015
Final de ano de novo,
mais um dezembro de frio sem neve,
árvores de natal vazias de sentido,
músicas entoando a melancolia,
ampliando a solidão de almas perdidas,
fantasmas mortos em corpos vivos,
mentes abandonadas em almas atormentadas,
tristezas de lágrimas não mais vertidas,
esperando que esse tempo possa se esvair,
correr para o mar como as correntezas dos rios,
carregado de desesperanças e dores infinitas,
sem curas para doenças que ferem o espírito,
em cada suspiro de saudade alheia,
em cada silêncio de uma presença ausente,
em cada sorriso apagado do reflexo do espelho,
em cada luz queimada na entrada da casa,
uma maldição que nos condena ao esquecimento,
já não há mais nada a desejar nesse fim de ano caótico,
já não há lareiras para aguardarem prendas natalinas,
já não há fé em renas ou reis magos seguindo estrelas inexistentes,
só nos sobra o desapego de nós mesmos nesses dias de lamento...