Ausência
Urge que esse amor ausente saia daqui,
Dado que estando, é vasto seu estrago;
Mago fajuto cujo truque eu já aprendi
Holografa-se no laser do meu desejo,
E rebusca o sabor dos dormidos beijos,
Pelo prazer sádico de não deixar dormir...
Ido que furta o presente e nega o futuro,
Sem enriquecer com o fruto desse saque;
Baque esperado pra quem erra no escuro,
Como se, cremando corpo de reles mortal,
Mas, espalhando as cinzas dele no quintal,
Acaba vendo fantasmas, vi mais de um, juro...
Sei, após a dura noite o sol vem novamente,
Salvo nos dias que dá sua vaga para a chuva;
Luva só faz sentido quando na mão da gente;
Amor, vale se existe devida correspondência,
Aí, seria de vez o auto fúnebre da ausência,
Nada triste, natal, festanças, e meu presente...