Lua!!!!
Lua!!!
Por entre os dedos
Escapam-me
Os sonhos eternos,
Como o inverno
Na sua longa espera
Na sua rota incerta
Mata a flor aberta
Ao nascer da primavera.
E o ceu que me fora certo,
Perdeu-se na agonia de Fênix
Sem razão para renascer.
E o tudo que me supria
Sumiu-se sob as chamas
Nas asas recolhidas de Ícaro.
O sol que me resta
É a imagem exposta no espelho,
É a moldura envernizada da boca,
É a face enfeitada pelo rosa pálido,
Como flores de paineiras.
Lua! Minha dor matou os versos,
E o que penso, escrevo, mas já não é
Poesia, e o que era para ser acalento
Em versos, aos ouvidos dos amantes
É agora, mas que não seja sempre,
Apenas lamento doido e doído!!!