A LUA

Ó lua que vela a noite e nos ilumina...

Com tua partida, pela manhã, toda sutileza termina...

E também a tristeza que nesse tolo peito germina...

Na claridade de tua beleza, ó lua, grandiosa alteza....

Da escuridão, tanto da noite, como desse coração brilha tua pureza...

Sou filho da noite a esperar por tua luz, ó vossa realeza!

Somente tu escutas meu prantear....

Nas noites que foges de mim, sem sentido, a me deixar...

Acolhe minha tristeza, quando cansado de tudo me ponho a lagrimar!

Já meus olhos não contemplam mais o seu olhar...

Na falta que me faz, meu peito ousa se desesperar...

Nas trevas de minha angustia, minha alma torna a se afogar...

Ó lua, deixa-me sentir, mais uma vez tua branca pele, amada lua...

Por tantas tormentas puseste-me em teus braços, solto, no vazio flutua...

Abraça-me e me eleva ao passado quando me dizias: “sou toda tua”...

Já não repouso sem pensar em ti ou sem clamar por ti...

Cada lamento me tomas pelas mãos e vem o caos a me ferir...

Rebaixo tanto, mas tanto, que o cheiro do chão chego a sentir...

Agora que vejo na janela que tu não estás...

Em passos cambaleantes, sonolento, me jogo para trás...

A espera de um milagre, pois esperança, já não tenho mais...

O que te fiz para ter chegado ao fim?

Sou eu aquele que te completava tua silhueta nas nuvens tal qual cetim....

Ó lua retornes a iluminar o meu céu, e o que restou de mim!

Odiézio Moldes
Enviado por Odiézio Moldes em 21/11/2015
Código do texto: T5455753
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