Cumplicidade

Em um único gotejar,

rumores de dores em desenhos de papel marchê,

Desenhando vidas em desalinho,

embebidas na loucura do ser em questão.

Que foi feito do meu sonho?

Se perdeu no meu sono...

Que fazer pra conseguir?

O que eu deixaria se fosse agora?

Se agora não fosse, que hora seria?

Se a hora fosse agora, onde eu estaria?

Consigo, mas não deixo.

Deixo porque ao invés de querer,

prostro-me implorando.

E quando eu me prostro nada acontece.

Imploro, e ao invés de querer me dedico.

Respondo perguntas que não sei,

Faço parte de um todo liquidificado.

Todo em partes,

Partes que se partem e se repartem,

e depois partem de mim.

E elas não são isso,

são perguntas que ninguém respondeu ainda.

Na verdade são perguntas que ninguém fez.

A dor de doer em dúvida se vale ou não.

É insano: de tudo que já vi até aqui

nada se compara ao que procuro...