Escrevendo lágrimas

Escrevo os versos mais tristes,

de um menino prisioneiro de um globo de vidro,

olhando a vida por um reflexo distorcido,

com a mente invernada de solidão...

Escrevo lágrimas em palavras,

transversas em notas de um só tom,

sentindo o mundo desabar sobre os sonhos de outrora,

com o coração transpassado pelo abandono...

Escrevo dores cadenciadas,

amaldiçoadas em erros sempre repetidos,

sendo apunhalado em todas as noites geladas,

com o sangue a esvair por viélas sem fim...

Escrevo tormentos da alma,

insanidades de um mentecapto desiludido,

consumindo-se nos labirintos de sua escuridão,

com as mãos atadas aos escombros da própria vida...

Escrevo na melancolia de cada dia,

angustiado pela profundeza desse oceano de desesperos,

afogando-me em cada gota de perdição sem volta,

com o espírito tolhido pelas vozes da condenação...