Coágulos dos Sonhos
Os olhos da alma transcendem
Fartura mutua e incandescente
Parece flutuar o desejo ardente
De ser complacente, vestígio da mente
Sereno, um azul obsceno
Cores que comtemplam o tormento
De nascer infeliz no fragmento
Da vida que não chega, confinamento
Nessa, outra brisa vai repousar
Que sonhos desaliem esse percurso
De um curso intransponível a cessar
Nas pontes dos medos, refluxo do mar
Perene, evidenciada conjuntura
Meu corpo em retalhos avessos
De amor fizeste-me a costura
De emoções esquecidas, loucuras
Complexa, metáforas da alma
Nada explícito, mas implícito no corpo
Sangue de cor cinzenta, sereno e calma
Coagulou meus sonhos, carregados no sopro
Dos ventos de presente tarde,
Inscrevo-me na morte, mistério proposto...