Ferrugem

Há tempos que me vejo sentado nesta estação

Abandonada, sozinha...sozinho

Juntando idéias do dia-a-dia

Melancolia...

Tomando goles de pensamentos

Esquecidos com o passar do tempo

Vejo o trem passar com seus vagões

Cheios de coisas abstratas

Mudanças raras

De quem chega e de quem parte

Mais nunca pára

O que há com essa estação velha e abandonada

Tão antiga e castigada

Sinto-me a vinte anos atrás

Sinto cheiro da fumaça

No fim da primavera

Já é outono

A cor ferrugem dos trilhos se confunde com as folhas

Escondendo as marcas do passado

Preenchendo todos os espaços vazios

De quem por ali passou

Lembro me que acabei de partir

Antes de me sentar aqui

E caminhei pelos mesmos trilhos

Com a mesma dor

De quem deixou as pressas

O trilho de uma história

A historia de um amor

Quem nem se quer chegou

Até a próxima estação

Estação final

No qual não haveria trem nem trilhos

Para desviar o caminho

Dos quais traçou...

Diego Moraes
Enviado por Diego Moraes em 28/06/2007
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