Verborragias do poeta do olho morto
"Enlouqueço e fico mudo e é claro no escuro"
Eis um capricho profano escrito em um muro
Verso surrado do poeta mal-amado inspirado em Zaratrusta
São caminhos cruzados e amaldiçoados de algo que me frustra
O silêncio de minha alma é a única intimidade que tenho comigo
Todos precisam de abrigo do pior inimigo que podemos nos ser
de certa forma as dores que trazemos da vida se tornam um amigo
A gente ama o que dói e se reconstrói tentando viver
Somos surdos ao amor e cegos na paixão, sem olfato de cão
privados do sentido, do tato e do tino e até do sentir
Somos menos que humanos e estamos presos em tudo que é vão
Não mais nos chamam e logo vão embora, não têm mais por quem vir