Rua Dos Magoados
Na velha Rua dos Magoados,
está começando uma chuva fininha.
Pingos escorregam do céu sem rainha.
Gotas acidas tiram o topázio
que encobre as ruas de naftalina.
Calada e quietinha,
eu só observo,
as asas deste inferno,
levando a a voar as garotinhas.
E na destreza da ladra francesa,
passeio pela rua chuviscada,
faço calar as esquinas.
Orgulhosas, prateadas, sovinas.
Me algemam com algodão,
só me querem o bem ,
essas minhas vizinhas.
Elas nos observam ,
tu e eu ,
oh universo!
Lotados e vazios.
Cercados e sozinhos.
Sem ter onde caber.
Esta noite,
somos apenas você, nosso vinho e eu,
querendo desaparecer.
ANEXO: Deixando livre a sua interpretação ,tome por nota minha intenção ao escrever a poesia.
** Rua dos magoados :
-Inspirado na cracolândia e seus moradores.
-A chuva ácida seria o choro dos dependentes químicos
-As algemas de algodão seriam uma referencia as tentativas inúteis de sair do vicio.
Deixo todo o restante as livres interpretações.