Rua Dos Magoados

Na velha Rua dos Magoados,

está começando uma chuva fininha.

Pingos escorregam do céu sem rainha.

Gotas acidas tiram o topázio

que encobre as ruas de naftalina.

Calada e quietinha,

eu só observo,

as asas deste inferno,

levando a a voar as garotinhas.

E na destreza da ladra francesa,

passeio pela rua chuviscada,

faço calar as esquinas.

Orgulhosas, prateadas, sovinas.

Me algemam com algodão,

só me querem o bem ,

essas minhas vizinhas.

Elas nos observam ,

tu e eu ,

oh universo!

Lotados e vazios.

Cercados e sozinhos.

Sem ter onde caber.

Esta noite,

somos apenas você, nosso vinho e eu,

querendo desaparecer.

ANEXO: Deixando livre a sua interpretação ,tome por nota minha intenção ao escrever a poesia.

** Rua dos magoados :

-Inspirado na cracolândia e seus moradores.

-A chuva ácida seria o choro dos dependentes químicos

-As algemas de algodão seriam uma referencia as tentativas inúteis de sair do vicio.

Deixo todo o restante as livres interpretações.

Rebeca Maron
Enviado por Rebeca Maron em 02/11/2015
Código do texto: T5435778
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