ESTRADA DE ESPINHOS

Hoje me levantei, ainda estava escuro,

Tentei contemplar o prazer da alvorada,

Mas me senti um ser frio e confuso,

E percebi que a realidade não é alada.

Olhei para mim e vi a contradição,

O dia estava a clarear, se iluminando,

E em meu interior estava a escuridão,

Que persistia, me torturando.

A minha frente vejo o caminho,

Tortuoso e encoberto pelo breu,

Estrada pavimentada de espinhos,

Dura e deserta como eu.

A penumbra adorna meus olhos cansados,

Queria chegar ao mar para chorar angustiante,

Tentando livrar-me de sofrimentos passados,

Carregados pelas ondas como algo insignificante.

Vicente Mércio
Enviado por Vicente Mércio em 01/11/2015
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