O que machuca se reveza com feridas fartas


Perdi um que fazer onde morava meu coração...
E pratiquei a virtude de esquecer chorando lá
Por vezes o sofrer era testemunho silencioso!

Sentia na pele a árdua valentia de ser amada
E sorvi a taça honrada dum bailar das estrelas
Muito de mim se perdera no horário de dormir

Dançava conforme o enredo surdo dos cantar
E ouvia ao longe um passar tedioso cavaleiro!
Alguém me ouve e vê, mas a canção silenciou

Mil vezes implorei e a reza fútil expôs defeitos
E erros do passado me mortifica alma e corpo
Solitária a caricatura que sou a exigir repousar

Mas guerreiros não descansam, resumem luta
Evocam pra si um amor que nunca tenho uso!
Faminta eu devorei a sombra, fiquei nas trevas!

A dor que se avizinha destaca o suor dos fracos
E ela é minha consorte, meu desleixo, despedir
Por tudo ousei amores e falsos brilhantes rudes

Eu choro refletida num espelho de vagos rostos
E vieram muitos que desejavam o tesouro azul
De cores cambiantes era o meu manto vestido!

Nada que de celeste convenha, fui mil desertos
E de outros tantos retirei a piedade que me fere
Machucada nos abismos de aflito coraçãozinho...

Minha distância agora é oceano e fraca emoção
E um mar de lágrimas entorna-se numa refeição
Minha calada fome de receios me deixa uma dôr

Ontem fiz a cama bendita onde repousarei ardor
E uma dama sozinha dorme em sonhos ousados
Caí na hora em que a queda e sofrimento revida

Onde mais cantarei o sonho visto no momento?
E aquele assunto que me magoa, onde fratura?
Sei mais que você que se diz meu mentor cego!

Com meu mais penar vestido e olhar siso vagar
Perambulo a casa que me contesta que saberia
E este instante que paro na avenida é descanso
Jurubiara Zeloso Amado
Enviado por Jurubiara Zeloso Amado em 18/10/2015
Reeditado em 18/10/2015
Código do texto: T5419080
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