LOUCURA

Estou só...

Ouço meus próprios murmúrios,

Lastimo as minhas lamúrias,

Só me resta às sobras,

Sou mais um, hipócrita,

Despercebido, ninguém me nota.

Fico bisbilhotando cada passo que passa,

Ouço suas mentes, penso...

Em que mundo eles estão?

Não, não é sonho,

Deixei de sonhar,

Sou expectador desta vida.

Logo vem o entardecer,

E assim, o tempo me ver passar,

A noite logo vem envolver-me,

Seu manto escuro me apavora,

Meus medos de ontem,

Ou talvez os de amanhã, afloram.

Pra não sentir mais meus medos,

Quem sabe, criaria asas e voaria,

Seria talvez um anjo,

E a liberdade de cada um, zelar,

Ou da minha própria, sei lá.

Lá de cima,

Vejo-me solitário das minhas incertezas,

Sentado em um muro qualquer da vida,

Me pego esmiuçando meus segredos.

Quem sou eu? Louco talvez? Quem sabe?

Pra tirar-me desse desassossego,

Lá do íntimo do meu arremedo,

Nunca mais meus desmazelos,

E minhas decadências.

Sóbrio, volto de onde estava,

Pra onde nunca deveria ter ido,

Mais quem sabe um dia eu volto pra lá.

Por quê? Pra quê?

Não sei...

Ricardo Nunes de Sales
Enviado por Ricardo Nunes de Sales em 17/10/2015
Reeditado em 27/10/2016
Código do texto: T5417778
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