AUSÊNCIA DAS TUAS FALAS

Colocar em poesia a ausência das tuas falas

Tuas aparições em poucas luas cheias

O som da tua voz, suas justificativas infundadas

O choro que provoca com a indiferença por ti conhecida

A vive, respira, dela faz seu alimento, sua bebida predileta

O ritual a seus muitos deuses, suas oferendas e manancial

Nesse culto egoísta, à primeira vista parecendo inocente

Mas sente no amago o oposto a isso acontecer e cresce a tristeza

O vazio horroroso, poroso e inquestionável

Como as decisões conscientes bebidas feito fel

A amargar o paladar nada podendo ser feito

E seu efeito está distante de ser relaxante, cativante

Envenenando homeopaticamente sem receita azul

Disfarçando sua verdadeira intenção torturante

Aprisionando, quiçá curando, uma confusão de norte a sul

Saboreando a solidão numa dispersão de sentido

Apesar de sua pretensa força, sucumbe ao que é dorido

Jaz a parte mais sensível e pueril de sua alma

Resoluta, feito estrela, pisca e despede-se com calma!

Patrícia Pinna
Enviado por Patrícia Pinna em 11/10/2015
Reeditado em 12/10/2015
Código do texto: T5411691
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