A SOLIDÃO

A SOLIDÃO

Fernando Alberto Salinas Couto

Por quê me deixastes assim,

entregue àquele falso amor,

se tu retornarias para mim?

Apunhalado, pela desilusão

do mais perverso desamor.

Hoje, sentindo a tua falta,

em prantos, estico-te a mão,

inclusive imploro pela volta.

Antes, quando vivia sozinho,

não desejava aquela mulher

que invadiu a minha alma.

Não precisava do seu carinho

e podia dormir sem sofrer,

usando só pra dormir, a cama.

Hoje, sinto um vazio neste lar

que, pela manhã, já sem café,

mostra-me uma casa tão triste,

como qualquer noite sem luar

e nenhuma estrela que se aviste,

ameaçando até mesmo a fé

em possível felicidade futura.

Solidão, me ensines a desamar

e desacreditar em alma pura.

Solidão, um mistério por trás

de ti, me proporciona só paz

e até suplico o teu regresso.

Aquela traiçoeira apunhalada,

ofuscaria toda minha visão

e agora, rendido, te confesso

que já não desejo mais nada

além de tua companhia, solidão.

RJ – 08/10/15

Fernando Alberto Couto
Enviado por Fernando Alberto Couto em 08/10/2015
Código do texto: T5408440
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.