as duas mortes de Richard Parker
Monologo de um cadaver que ainda tenta escrever
(OI O MONOLOGO DA DOR FAMINTA)
Mesmo com os olhos vermelhos de tanto chorar por um prato de comida ,
este mar
de
sonhos salgados
vao levar o dia de
finados
de presente
ao papai noel morto de fome
neste quadro
pintado de sangue.
Os sonhos
abriram as portas de um assassinato de dois rostos
e neste
ano
novo velho com uma faca cravada na montanha
onde
a arca de Noe cuspiu os lixos de deus
de presente
ao senhor dos lagos de fogo.
Sonhos e pesadelos
sonhos e pesadelos
sonhos e pesadelos
sou um cadaver
com progetos parados no meio da tempestade
e o jogo da vida
e apenas
um bispo pecador
no tabuleiro de xadrez.
sou um lixo
sou o lixo
no prato lotado de vermes
sou o lixo
podem comer
senhores donos do poder
esta carne podre
ainda pode sonhar
estou bebendo vento
e tentando ser um super heroi
sou apenas
um super nada
vivo na ilha perdida
estou ouvindo tudo e o nada ao mesmo tempo
quero morrer
e vou morrer
amanha
ou no ano 2999
mas a morte vem
com muitos nomes
e com muitas tintas na pena do urubu
vivo na ilha perdida
e estou morto
ando
caminho
Pulando em uma perna quebrada
neste navio no meio do mar de sangue
nesta noite de lua vermelha
vou beber veneno
e continuar respirando tempestades
escrevo
escravo
escuro
escoria
sou eu
Vejo rostos de anjos na festa
mas sou o pior dos pecadores.
vou morrer
e acho que todos vao rir muito.
Aqui
jazz
apenas dois loucos
escondidos
no corpo deste sonho triste.
Fim