Ciclovi(d)a

Todos os dias

o homem dá voltas

na ciclovia da vida.

No seu rosto, sobressaem-se

as marcas de suor

misturadas ao riso e o pranto.

Ao olhar pra si mesmo,

o sujeito se pergunta:

onde está aquele moço

de outros anos tantos?

Todavia, o correr do tempo

não lhe permite espaço

para responder seus

próprios lamentos

Antes fosse apenas a

nova-velha aparência

mas sua alma é que está

vazia, em plena decadência.

As marcas do tempo

lhe tomam num misto de

dor, medo e espanto

que o homem vive sem encanto

todos os seus dias

e entoando o seu triste canto

vai percorrendo a linha

que lhe resta dessa ciclovi(d)a.

O homem só espera o momento

de parar no último ponto.

Via Poética
Enviado por Via Poética em 22/09/2015
Reeditado em 22/09/2015
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