Ciclovi(d)a
Todos os dias
o homem dá voltas
na ciclovia da vida.
No seu rosto, sobressaem-se
as marcas de suor
misturadas ao riso e o pranto.
Ao olhar pra si mesmo,
o sujeito se pergunta:
onde está aquele moço
de outros anos tantos?
Todavia, o correr do tempo
não lhe permite espaço
para responder seus
próprios lamentos
Antes fosse apenas a
nova-velha aparência
mas sua alma é que está
vazia, em plena decadência.
As marcas do tempo
lhe tomam num misto de
dor, medo e espanto
que o homem vive sem encanto
todos os seus dias
e entoando o seu triste canto
vai percorrendo a linha
que lhe resta dessa ciclovi(d)a.
O homem só espera o momento
de parar no último ponto.