DUAS TAÇAS DE VIDA

Abro a garrafa, solitário,

mas sirvo como a dois,

em duas taças vazias,

porque bem me parecia,

ter, alí, mais uma vida,

em combinação e, de fato,

talvez fosse ao contrário,

molhando brancos lençóis,

que mudam, de súbito, a cor,

e a bebida dá àquele tecido,

molhado de outro tom, vinho,

traços a serem esquecidos,

mesmo combinando, em oculto,

o que mais parece sangue tinto,

com manchas, várias, de lábios,

e arranhadas marcas do vil batom.