O quarto não tem janelas ou quadros.
Ela teme olhar as papoulas que
derramam das paredes atiradas em 
seus momentos de letargia solitária...
Trás o olhar esgaziado que vaga à sua volta
vendo pétalas caírem em cadência; 
engolidas pela vastidão do oceano em que
flutua sua alma dormente...
O vermelho grita em seus lábios,
contrastando com a lividez de sua face.
Uma névoa transparente a leva ao
indeterminado,ao som da vida...
Vidas que já foram tantas que
não sabe  em qual delas está situada.
Vozes a confundem derrubando as frágeis
armaduras do seu espírito...
Seus olhos,brilham alucinados à medida
que avança tentando sair das sombras.
O medo a detém...indecisa mascara-se
nas frestas da indiferença...