Ela é Tão Forte
Talvez a verdadeira fraqueza
Seja a proteção que existe
Talvez toda fraqueza
Seja a barreira que existe.
Como pode afirmar tão certamente
Que a força significa indiferença
Que força essa não se importa
E absorve tudo o que lhe atinge.
Dentre duas crianças
Uma pálida e consternada
Outra firme e resoluta
Qual delas possui mais força de fato?
A aflição é subjetiva
O padecimento é único
Compreenda, a lástima é a carne
E a armadura uma fortaleza
Que impede a angústia
De penetrar ao aço
Mas retalha essa carne
Em vários pedaços.
Á tortura ela se entrega
No canto de seu quarto
Abraçada ao seu manto
Um desânimo encobre
O suicídio lhe corteja.
Aparente fraqueza?
Aparente contestação eu lanço
Ela está em uma luta sangrenta
Combatendo o anjo da desilusão
Sem a indiferença e a graça da desgraça
Que chamamos de força.
Ela está chorando
Tão normal
É mais forte do que acredita
É essa a fortaleza.
Estar tão próximo de fechar os olhos
Pela ultima vez
Sem que esse terrível sono
Deixe ela finalmente descansar
Pelo resto de sua existência.
O resto é pura ignorância.