Armistício

Quando olhastes para mim,

vistes o que julgastes bem,

uma ponte para o fim,

um desejo que te proíbem...

Quando me encontraste,

sabias o que necessitavas,

não sabias bem onde adentraste,

mas sentias o que a alma te saciavas...

Quando ouvistes minha voz com teu sentido,

não sentistes a ausência no meu silêncio,

e eu por isso te amei agradecido,

mesmo ciente de que era apenas um armístício...

Quando me subestimastes,

nossos conflitos começaram,

gelo e fogo que aclimatastes,

navalhas que nos magoaram...

Quando hoje me olhas,

não mais compreendes meus atos,

pois sou muito mais do que estimas,

e estou tão longe de teus torpes fatos...

Quando esperas que eu fique,

não sinto mais complacência,

minhas águas revoltosas romperam o dique,

e agora já não levo mais comigo qualquer paciência...