Meu Amigo

I

Eu não estou nada bem

Muito menos agora

Sempre soube desde o início

Toda a amargura e o desprezo

Do que eu sempre provei.

Ah se eu fosse mais sincero

Veria quem realmente me ama

E se afastariam os que me enganam.

Se eu falasse o que penso

Sentiria em suas vozes o medo

Do seu amigo até o beco.

Agora sinta minha verdade cortar

Aquilo que chama de laço vulgar.

Olhe nos meus olhos, meu amigo

Será que realmente

Não é meu inimigo?

Ou talvez sinta uma vontade ardente

De abrir sua maldita boca

Enquanto ranjo meus dentes.

Diga agora a mim amigo

Estás a meu lado?

Ou como na vasta certeza

Que esta derrotado.

Apenas ouça

Não sou mais quem costumava ser

O inferno agora em minha mente

Com suas tochas e fogos irá arder.

II

Agora eu mudei

Aquela criança que corria feliz

E chorava sincero, eu sei.

Que dormia tranquila

Sem pensar no amanhã

Ela cresceu, já é de manhã.

E no passar do dia ela foi vendo

Que o mundo, tão feliz

Agora era horrendo.

Mas agora ela já não chorava mais

Agora era mais forte

Do que até os seus pais.

Sentido não existia em sua mente

Agora ela só sentia dor

Sempre crescente.

E não sabia até quando iria

Aguentar, ouvir o choro

De crianças e não hesitar.

Eu sei, a verdade dói

Mas a dor é que te fortalece

Seja forte com verdade

Pois a mentira enfraquece.

III

Olhe nos meus olhos, meu amigo

Será que realmente

Não é meu inimigo?

Ou talvez sinta uma vontade ardente

De abrir sua maldita boca

Enquanto ranjo meus dentes.

Diga agora a mim amigo

Estás a meu lado?

Ou como na vasta certeza

Que esta derrotado.

Apenas ouça

Não sou mais quem costumava ser

O inferno agora em minha mente

Com suas tochas e fogos irá arder.

Olhando para o nada

Lembrando do passado

Aquilo não costumava

Me deixar tão assustado.

Mas agora com aperto

No coração irei dizer

Nada significa

Só quero morrer.

Mas ainda há muito o que fazer

E antes de tudo, eu vou pro lugar

A morte me beija

E não vou acordar