Nuances da solidão
O meu passado andava pela areia
a derramar suor no colarinho.
E o sol tirava as sombras do caminho
enquanto o vento uivava volta e meia.
Do mar se ouvia o canto das sereias
como um convite etéreo pro amor.
E o sol supino, em transe de calor,
fazia incendiar as minhas veias.
Do vento, espirais redemoinhos
rodavam cintilantes grãos areia.
E a dor, a convidar-me para a ceia,
fez a saudade cúmplice do vinho.
Enquanto o céu olhava o sol se pôr,
meu coração se pôs devagarinho...
E sol queimou o pouco de carinho,
que a vida me deixara de penhor.
Tivesse a solidão alguma cor,
seria, certamente, azul-marinho.
O meu passado andava pela areia
a derramar suor no colarinho.
E o sol tirava as sombras do caminho
enquanto o vento uivava volta e meia.
Do mar se ouvia o canto das sereias
como um convite etéreo pro amor.
E o sol supino, em transe de calor,
fazia incendiar as minhas veias.
Do vento, espirais redemoinhos
rodavam cintilantes grãos areia.
E a dor, a convidar-me para a ceia,
fez a saudade cúmplice do vinho.
Enquanto o céu olhava o sol se pôr,
meu coração se pôs devagarinho...
E sol queimou o pouco de carinho,
que a vida me deixara de penhor.
Tivesse a solidão alguma cor,
seria, certamente, azul-marinho.